Na parede tinha um papel.
E não era um papel qualquer.
Ele contava uma história.
Aplicada em metros e centímetros.
O rolo acabava bem no meio do capítulo.
Quase em reticências...
Ou era desenhado no tamanho exato: a narrativa no tamanho da página.
Nosso papel podia ser certinho e linear.
Virar de ponta cabeça.
Instigar, fazer pensar. Insinuar e até provocar.
Criar vínculos, elos, paralelos.
Poucas cores, muitas cores.
Com textura, lisinho.
Lavável e reaplicável.
Sustentável.
Moderno, cool, divertido.
Sofisticado, vintage, nostálgico.
Por toda a casa, até no teto. Inteiro, recortado.
De coleção ou inventado.
Objeto do desejo.
Admirado.
Lá estava nosso papel.
Abraçando e acolhendo.
Uma moldura de felicidade.
Respiro de bem-estar.
Para ousar, conectar.
Sonhar e recomeçar.
Mudando tudo num único olhar.
Quem somos, em que momento estamos, o que desejamos?
Quais nossos papéis ontem, hoje e amanhã?
Vamos expressar nossa essência, imprimir nossa personalidade.
Desconstruir nossas certezas para criar narrativas significativas.
Sempre juntos, porque somos a soma de tantos papéis.
Em cada parte, todo lugar.
De mãe para filha, de avó para neta, da nossa família para a sua.
A vida que inspira o papel ou o papel que inspira a vida?